O Sacrifício da Democracia: Teoria Mimética e o Papel da Grande Imprensa Brasileira na Emergência do Bolsonarismo

Autores

  • Guilherme Miorando Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.58050/comunicando.v12i1.314

Palavras-chave:

Democracia, Imprensa, Teoria Mimética, Bode Expiatório, Bolsonarismo

Resumo

Este artigo se propõe a discutir como os levantes antidemocráticos bolsonaristas tiveram seu embrião no discurso antipetista disseminado pela grande mídia brasileira. Nessa direção, entendo que os conceitos de pânico moral e de demônios populares, de Stanley Cohen e a teoria mimética de René Girard ajudam a lançar luz sobre a mobilização que tomou conta do Brasil. A pacificação do país se daria através da violência aplicada sobre um bode expiatório. Ademais, a partir de leituras de Jacques Rancière e David Runciman, defino que o bode expiatório que tais movimentos buscam sacrificar não se trata de figuras do petismo, mas sim do próprio exercício da democracia. Isso é percebido uma vez que os movimentos antidemocráticos bolsonaristas se desenvolveram por meio do cultivo de ideias de desconfiança por figuras da grande mídia brasileira. As reivindicações desses movimentos contra a democracia são baseadas em sentimentos autoritários, vitimistas e no discurso de combate a uma noção de corrupção inevitável que estaria entranhada em toda forma de política e de partidarismo.

Publicado

2023-03-23

Como Citar

Miorando, G. (2023). O Sacrifício da Democracia: Teoria Mimética e o Papel da Grande Imprensa Brasileira na Emergência do Bolsonarismo. Revista Comunicando, 12(1), e023003. https://doi.org/10.58050/comunicando.v12i1.314