Jornalismo na contra-corrente da divulgação científica
DOI:
https://doi.org/10.58050/comunicando.v6i1.208Palavras-chave:
Jornalismo, ciência, divulgação, interaçãoResumo
Este artigo visa discutir as relações média-ciência e o entendimento generalizado de que aos jornalistas está adstrita a função de divulgação científica. Da revisão da literatura efetuada, concluiu-se que o pressuposto de académicos, cientistas e mesmo de alguns jornalistas de que a promoção da atividade científica deve ser assegurada pelos média terá contribuído, em grande parte, para a construção de visões estereotipadas sobre as interações entre os dois campos. Estas interações têm sido definidas por numerosos estudos como tensas e conflituosas, devido aos diferentes códigos e culturas que os orientam. Outras análises, em menor número, têm observado relações simbióticas, em virtude de os jornalistas especializados em ciência tenderem a identificar-se com os valores e os objetivos do campo científico, realizando uma cobertura noticiosa acrítica e anti- jornalística. Estas assunções, assentes no modelo tradicional e linear de popularização e mediatização do conhecimento científico, têm raízes históricas que remontam ao início do século XX, quando os cientistas abandonaram o seu papel de divulgadores e o entregaram aos jornalistas.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Os/as autores/as mantêm os direitos de autor, mas concedem à Revista Comunicando o direito de primeira publicação. Todos os trabalhos são licenciados com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.