Um Amigo e um Mestre

Autores

  • José Rebelo Professor jubilado do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa; Presidente da Associação de Estudos Comunicação e Jornalismo - AECJ https://orcid.org/0000-0001-9449-5486

DOI:

https://doi.org/10.58050/comunicando.v6i1.206

Resumo

Num artigo publicado em 2002 na Revista Trajectos, José Manuel Paquete de Oliveira identificava três aspectos que, genericamente, afectariam o desenvolvimento da investigação em Ciências da Comunicação:
1. Tratando-se de uma área científica recentemente constituída, faltar-lhe-ia, ainda, o tempo suficiente para criar instrumentos de análise e de pesquisa próprios e adequados os seus objectos de estudo, pelo que estaria obrigada a recorrer ao repertório teórico e metodológico de outras disciplinas.
2. A emergência das novas Tecnologias de Informação e Comunicação teriam, de algum modo, contaminado o campo, impondo um determinismo tecnológico tão do agrado da ideologia tecnocrática dominante e fomentando, em muitos investigadores, uma concepção redutora do real baseada no princípio da técnica como determinante do social.
3. Caracterizadas por uma “mutabilidade quase infinita”, vocacionadas para a análise de fenómenos “que fazem intrinsecamente parte do tempo que corre sem tempo e do espaço que perde espaço”, as Ciências da Comunicação confrontar-se-iam, paradoxalmente, com um paradigma “tremendamente comercialista” implicando a exigência de resultados imediatos - de preferência apoiados em estatísticas geradoras de pseudo evidências - abrindo portas a um “numeralismo que acaba por ser inimigo da ciência explicativa”.

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Publicado

2017-07-31

Como Citar

Rebelo, J. (2017). Um Amigo e um Mestre. Revista Comunicando, 6(1), 157–161. https://doi.org/10.58050/comunicando.v6i1.206