"Bela, descontrolada e do Planalto": a representação da mulher na mídia e a construção da identidade feminina a partir da comparação entre Dilma Rousseff e Marcela Temer

Autores

DOI:

https://doi.org/10.58050/comunicando.v7i1.184

Palavras-chave:

Mulher, Política, Machismo, Dilma Rouseff, Marcela Temer

Resumo

Fortalecido no Brasil na década de 1970, o movimento feminista alcançou muitas conquistas em diversos campos, principalmente na política, mas, apesar disso, a falta de representatividade e a discriminação sobre a imagem feminina ainda estão presentes e enraizadas na sociedade atual. Marcado pelo machismo, o discurso hegemônico da grande mídia insiste em definir o perfil ideal da mulher_ preocupada com a aparência, discreta, submissa e dependente do homem. Recentemente, dois grandes veículos reproduziram tal discurso, traçando perfis de mulheres relacionadas à política. Em abril, a revista IstoÉ trouxe, em sua capa, a reportagem intitulada “As explosões nervosas da presidente”, sobre o emocional da então presidenta Dilma Rousseff e a revista Veja publica a matéria “Bela, recatada e do lar”, onde descreve o perfil de Marcela Temer, esposa do então vice-presidente Michel Temer. Com base nesse corpus, o presente artigo objetiva analisar a representação da mulher na mídia, a partir de contribuições feitas por Freire Filho (2015), além de tentar entender como se dá a construção de notícias e seus enquadramentos, como analisam Albuquerque (1998), Charaudeau (2012) e Porto (2004). Com isso, percebeu-se que há uma estreita relação entre os enquadramentos da mídia, os processos de deliberação política dos cidadãos e a própria viabilidade de um sistema genuinamente democrático, pois a mídia contribui para privilegiar determinadas interpretações hegemônicas da realidade.

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Publicado

2018-12-30

Como Citar

Câmara, M. T. P. . (2018). "Bela, descontrolada e do Planalto": a representação da mulher na mídia e a construção da identidade feminina a partir da comparação entre Dilma Rousseff e Marcela Temer. Revista Comunicando, 7(1), 39–58. https://doi.org/10.58050/comunicando.v7i1.184