Da cultura do ecrã na visão – alguns resultados de uma abordagem epistémica desobediente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.58050/comunicando.v3i1.173

Palavras-chave:

ecrãs, visão, cultura, imagem, sociações

Resumo

Sabe-se que diferentes tipos de ecrãs e seus diferentes usos têm provocado diferenças comportamentais e sociais assinaláveis. A maioria dos estudos provém da América do Norte, focados essencialmente nos usos da Televisão. Recentemente, a relação entre os usos de TV e os usos de Internet tem permitido comparações dinâmicas, revelando diferenças assinaláveis nas consequências ao nível comportamental, social e cultural. Este artigo, apresenta alguns resultados de uma tese de doutoramento que comparou jovens e adultos utilizadores de vários tipos de ecrãs (Cinema, TV, Computadores, Smartphones e Tablets) e jovens e adultos utilizadores apenas de TV. Essa comparação, a indivíduos com perfis socioeconómicos semelhantes, indiciou diferenças qualitativas significativas ao nível da aprendizagem, do pensamento, dos usos da memória, dos processos de socialização e na individuação de arquétipos. A comparação justifica-se devido ao uso de TV pelos portugueses, que correspondia, em média, a 215 minutos por dia entre 2000 a 2008. Essa duração tornou-se um valor estável, no geral, embora os mais jovens (entre os 4 e os 14 anos) tenham diminuído a visualização para 180 minutos devido a um maior uso da Internet. A comparação aqui executada baseou-se nestes dados, apoiando-se todavia numa metodologia qualitativa, quer através dos discursos quer na articulação com dados de outros estudos. Os resultados indiciam que usar mais tipos diferentes de ecrãs (TV, Internet, Smartphones e Tablets), em comparação com aqueles que apenas usam o ecrã-TV, tende a provocar diferenças na predisposição para a aprendizagem, na postura crítica e na relação para com a informação.

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Publicado

2014-12-31

Como Citar

Costa, P. R. (2014). Da cultura do ecrã na visão – alguns resultados de uma abordagem epistémica desobediente . Revista Comunicando, 3(1), 178–202. https://doi.org/10.58050/comunicando.v3i1.173