Jornalismo no conflito: a imparcialidade é possível?
DOI:
https://doi.org/10.58050/comunicando.v2i1.132Palavras-chave:
Jornalismo, Verdade, Objectividade, Linguagem, ConflitoResumo
O jornalismo actual, digital, pauta-se por uma rapidez inigualável na História. Se, antes, os profissionais tinham algum tempo para cruzar fontes, observar acontecimentos de uma forma aprofundada e escrever a notícia com menos pressão, actualmente, o jornalismo ao segundo pode fazer dos profissionais os melhores, ou os piores. Em caso de conflito, que é o que pretendemos trabalhar, o papel do jornalista integrado no contexto em confronto é ainda mais complexo e requer um cuidado e atenção diferentes. A linguagem, instrumento de trabalho dos profissionais de comunicação social, reflecte, por si só, empatias e tendências que, num jornalismo eticamente guiado pela verdade e objectividade, não deveriam ser permitidas. Por vezes, mesmo que de forma inconsciente, e sem tempo de cruzar fontes e rever palavras, as notícias de jornais em contextos conflituosos acabam por acender os ânimos e incentivar as diferenças. A imparcialidade é posta assim em causa. A Irlanda do Norte, palco de séculos de animosidade entre católicos/republicanos e protestantes/unionistas, ora mais acesa, ora de maior acalmia, forneceu-nos o corpus deste trabalho. Com a análise de discurso de dois jornais, com tendências opostas (embora não assumidas), verificaremos se , de facto, a linguagem usada reflecte a aproximação a uma ou outra facção e se diferentes momentos no conflito promovem, da mesma forma, diferentes formas de olhar o mesmo evento.
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